sábado, 16 de agosto de 2008

FERNANDES, Florestan. O que é revolução. São Paulo: Abril Cultural; Brasiliense, 1984.

A revolução apenas como e enquanto transformação estrutural da sociedade capitalista representa uma fronteira da qual as classes trabalhadoras (e especialmente suas vanguardas) não poderão fugir sem conseqüências funestas. 12

A burguesia tem pouco que dar e cede a medo. O proletariado cresce com a consciência de que tem de tomar tudo com as próprias mãos e , a médio prazo, aprende que deve passar tão depressa quanto possível da condição de fiel da “democracia burguesa” para a de fator de uma democracia da maioria, isto é, uma democracia popular ou operária. 13-4

A revolução em processo, que caracteriza a presença e o papel construtivo das classes trabalhadoras na história, não é só uma revolução anticapitalista e antiburguesa. 16

A burguesia não levou sua revolução até o fim e até o fundo porque não teve a seu favor uma substância de classe revolucionária que a animasse e superar-se, a negar-se e a transcender-se de modo inexorável e incessante. 17


O movimento proletário é o movimento consciente e independente da imensa maioria, em proveito da imensa maioria. 24

Em suma, quem faz a revolução é a grande massa proletária e quem lhe dá sentido é a grande massa proletária. 25

Enquanto a guerra civil é latente, a transformação revolucionária se equaciona dentro da ordem, como um processo de alargamento e aperfeiçoamento da sociedade burguesa pela ação coletiva do proletariado; quando a guerra civil se torna aberta, a transformação revolucionária se equaciona contra a ordem, envolvendo primeiro a conquista do poder, destituída de dominação do homem pelo homem... 26

A revolução social do proletariado não constitui uma fatalidade do desenvolvimento capitalista. 37

O movimento histórico do proletariado vergou exatamente nos países onde ele tinha as melhores condições para dinamizar a luta de classes de forma revolucionária. 43

A luta de classe não constitui um artigo de fé. Ela é uma realidade e só poderá desaparecer se o capitalismo for destruído. 45

Os que não gostam do capitalismo precisam aprender a conviver com ele, a torná-lo “mais humano”, através da dissidência inteligente e dos movimentos dotados de centros múltiplos de defesa comunitária da “qualidade da vida”. Ora, o capitalismo é o maior coveiro da qualidade de vida. Por onde ele passou com vitalidade, nos países do centro e da periferia, superdesenvolvidos, subdesenvolvidos ou não desenvolvidos, o efeito foi sempre o mesmo. 47

Nenhum comentário: